segunda-feira, 18 de maio de 2009

Prova Método Clínico

Realizamos a prova do método clínico com um aluno de 6 anos do 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos. Aplicamos a prova do copo com água e deu para perceber nitidamente o estágio em que a criança se encontra. O que parecia óbvio para nós, a criança não conseguia perceber.


1-Dados de Identificação:
Nome: A.T.F.
Idade da criança: 6 anos
Série: 1ª série
Data da prova: 07/05/09
Duração: 30 minutos
Observadoras: Cátia Titoni e Maria Verônica
Prova: A conservação dos líquidos (Quantidades contínuas)

2. Descrição do contexto da aplicação da prova (onde foi realizada a aplicação, condições do local, etc).
A prova foi realizada na escola E.M.E.F Ivete Serafini, em uma sala, onde estavam apenas o aluno e as duas observadoras. O ambiente estava tranqüilo e primeiramente conversamos um pouco com o aluno a fim de deixar o mesmo bem tranqüilo e a vontade para a realização da prova.


3. Relato da aplicação da prova (dialogado):
Quando iniciamos a conversa com o aluno, dissemos ao mesmo que iríamos realizar uma atividade com ele, demonstrou-se muito curioso em saber do que se tratava e ficou muito alegre.
Iniciamos a prova mostrando-lhe os dois copos de tamanhos iguais com líquidos de cores diferentes, e perguntamos se havia a mesma quantidade de líquidos nos dois copos e ele respondeu:
- Sim, porque os dois copos têm a mesma altura.
Após mostrei o copo mais alto e estreito e perguntei ao mesmo, se colocasse o líquido de um daqueles copos até onde iria?
Ele mostrou com o seu dedo até aonde acharia que iria o líquido e sua resposta foi quase que exata, mostrou a marca um pouco acima de onde realmente o líquido marcou.
Perguntamos por que acha que o líquido não subiu até o final do copo?
Ele respondeu:
- Que o copo era maior, por isso que não encheu.
Logo após perguntamos se tinha a mesma quantidade de líquido nos dois copos (grande e pequeno) e ele respondeu:
-Não, o copo grande não tem a mesma quantidade de líquido que o copo pequeno, porque ele é mais alto.
Após perguntamos, se colocarmos o líquido novamente no copo pequeno, terá a mesma quantidade?
Ele respondeu que sim, porque o copo ficou cheio e tiramos à prova.
Perguntamos, os dois copos pequenos possuem a mesma quantidade de líquidos?
Ele respondeu que sim, pois os dois estavam cheios.
Depois mostrei novamente o copo alto e estreito e lhe perguntamos, até onde irá o líquido se derramarmos neste copo novamente?
Ele observando a marca que havia ficado anteriormente, mostrou com seu dedo exatamente o nível que marcaria o líquido e nos disse:
- Ficou a marca aqui, pois um dos líquidos era refrigerante, deixando uma marca suada no copo.






4. Análise:

4.1 - Quanto às condutas da criança - Impressões sobre as reações da criança frente à situação de prova (reações emocionais, reações de não-importismo, surgimento de crenças desencadeadas, espontâneas etc..)
Demonstrou-se muito tranqüila e segura em suas respostas. Não demonstrou receio em errar e ficava muito contente em responder as perguntas.

- Análise das condutas cognitivas apresentadas pela criança, relacionando-as com a teoria de Piaget, no que diz respeito aos estádios de desenvolvimento.
Acreditamos que essa criança está no estágio de desenvolvimento, pré-operatório, onde já tem algumas noções de tamanho, onde para ele o que é maior tem mais e o que é menor tem menos. Também consegue assimilar que objetos de tamanhos iguais possuem as mesmas quantidades.
Ele ainda não tem noções de capacidade, relacionando a quantidade apenas com o tamanho, não tendo a capacidade de abstração.


4.2 Quanto às intervenções do experimentador:
- Destacar e analisar as intervenções do experimentador indicando o tipo de intervenção (exploração, justificativa, contra-argumentação etc.) e justificar a sua utilização no contexto da aplicação da prova;
Conforme íamos realizando a prova questionávamos sempre suas respostas, não interferindo nas suas conclusões, deixando-o à vontade para responder os questionamentos.

- Destacar as intervenções que possam ter levado a criança à crença sugerida (intervenções que sugerem uma determinada resposta, indução);
Não induzimos o mesmo nas respostas, mas sempre as questionava, para fazermos um melhor relato sobre o desenvolvimento da prova.

- Comentar a sua própria atuação (competência na utilização do método clínico) tendo como base a seguinte citação:
“O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)
Para que a observação seja fiel ao desempenho do aluno, o mesmo precisa estar confiante e seguro nas suas conclusões, para que suas respostas possam demonstrar o real estágio em que o educando se encontra.
O observador por sua vez tem a função de ir orientando o aluno para que o mesmo consiga chegar as suas próprias conclusões informando maior número de dados para que o observador possa analisar o maior numero de dados, tornando assim a prova fiel.

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Muito interessante a aplicação da prova do Método Clínico Ma Verônica! É uma experiência e tanto, com a qual sempre se aprende algo novo a cada aplicação,não é mesmo! Que significado teve para ti esse exercício? Seria muito interessante que deixasse também esse registro aqui, já que este espaço "conta" sobre o teu caminho, dos teus sentimentos. Bjs, Maura - tutora do SI