segunda-feira, 15 de junho de 2009

Comentário sobre Desenvolvimento Moral

Cada vez mais fica evidente as situações de conflitos e violência dentro da comunidade escolar. Comunidade essa onde deveria ser de companheirismo, amizade, parcerias, percebe-se o contrário.
É comum, infelizmente, ouvir de colegas de profissão suas queixas sobre determinados atos de violência os quais enfrentam em suas classes e os mesmos ficarem pasmos diante dessas atitudes, pois eles não sabem mais como enfrentar essas barbáries que ocorrem pois sentem-se ameaçados muitas vezes por seus próprios alunos.
Minha turma é composta por 26 alunos sem deficiências com laudos médicos. Enfrento no dia-a-dia muitas situações de conflitos geradas entre eles, porém sempre busco o bom entendimento através de conversas, conselhos, combinados, às vezes funciona, outras não, até porque são alunos de 4º ano e sou a única professora da turma.
Semana passada, estava no conselho de classe e uma professora ficou com minha turma. Em determinado momento um aluno jogou um estojo em outro, o colega atingido chorou, pois ficou machucado, logo iniciou-se uma confusão dentro da sala de aula. A professora que estava com a turma teve uma postura diferente daquela que costumo ter, foi falando alto com o aluno que atirou o estojo e utilizando palavras grosseiras com o mesmo. Sem dúvida nenhuma o aluno revidou, quis sair da sala gritou e só dizia que queria ir até a direção para esclarecer os fatos, mas minha colega fechou a porta e não o deixou sair; a turma toda ficou parada e espantada com a situação, pois nunca tivemos uma reação dessas em sala de aula.
Quando retornei, percebi que havia algo de errado, pois todos me olhavam com ar de assustados. Foi então que fiquei sabendo através da minha colega o que havia acontecido. Deixei minha colega sair da sala e retomei a situação com os meus alunos, os mesmo contaram tudo, e o mais interessante foi que todos estavam conscientes que o fato ocorrido tinha sido errado, porém a forma como foi conduzida se tornava mais errada ainda e com um desgaste pior ainda.
Depois de ouvir todos os envolvidos e principalmente o menino que atirou o estojo, conversei com eles, fiz uma reflexão do problema causado por uma situação de brincadeira, pois na verdade, quando o menino jogou o estojo sua intenção era de dar um susto no colega e não de causar todo o problema que gerou.
Percebo que por estar inserida em determinada comunidade, a escola traz para seu interior os conflitos, as aflições e as mais diversas demandas que levam professores, alunos e gestores escolares a criarem espaços, para que as crianças e adolescentes discutam e opinem sobre suas inquietações e aspirações pessoais e coletivas. É exatamente nesse momento que a educação em valores começa a ser desenhada e vivenciada como processo social que se desenvolve na escola.
Podemos dizer que educamos em valores quando os alunos: se fazem entender os demais colegas; aprendem a respeitar, a escutar o outro, a ser solidários e tolerantes, a trabalhar em equipe, a compartilhar ou socializar o que sabem, a ganhar e a perder, a tomar decisões, enfim.

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